Tuxaua Geral do Movimento de Mulheres Indígenas de Roraima, participa de diálogo sobre políticas públicas para mulheres

Seguindo a sequência de agendas da Tuxaua Geral do Movimento de Mulheres Indígenas Kelliane Wapichana e tuxauas regionais, no último sábado(06), representantes do Conselho Indígena de Roraima (CIR), participaram de uma reunião sobre políticas públicas para mulheres indígenas, com a presença da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI/RR), Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Ministério da Cultura (MINC) e EMBRAPA.

O objetivo da reunião foi promover o diálogo entre mulheres indígenas e os órgãos governamentais, visando o protagonismo feminino, o empoderamento e a preservação das culturas e produções tradicionais.

A Tuxaua Kelliane, destacou a importância de ouvir e consultar a base antes da implementação de qualquer projeto em seus territórios, e enfatizou

Tuxaua Kelliane Waichana participando dos debates sobre políticas públicas – ASCOM/CIR (Ellie Makuxi)

 

 

“Tem comunidades que têm as suas próprias sementes, então por que chegar outro modelo de semente? Uma coisa que vocês devem saber é que as sementes são algo já trabalhado dentro das comunidades. A gente quer muito ver a possibilidade desses projetos, mas temos que ter esse olhar, esse cuidado com a produção indígena.”

 

 

Luciana Uchoa, MDA  – ASCOM/CIR (Ellie Makuxi)

 

“No contexto do MDA, é fazer com que as mulheres indígenas sejam cada vez mais protagonistas nos seus espaços, que elas escolham com quem elas querem trabalhar, seja com a cultura, com artesanato, com danças, com suas produções, para que tenham acesso a todas as políticas territoriais”, explicou Luciana Uchoa, representante do MDA.

Um dos temas mais discutidos foi a falta de informação sobre editais e oportunidades de desenvolvimento, que muitas vezes não chegam às comunidades indígenas.

“Há muitos anos que a gente não via esse diálogo aberto, de informação, porque o que mais falta para nossas comunidades é informação. Só a gente sabe onde as nossas necessidades estão. Nosso desejo é que o que foi debatido aqui chegue nas nossas regiões porque é muito importante essa capacitação”, observou Aldenicia Cadete, Coordenadora Regional de Mulheres da Serra da Lua.

Aldenicia Cadete – ASCOM/CIR (Ellie Makuxi)

 

 

 

 

 

 

 

 

As lideranças demonstraram grande envolvimento, compartilhando seus conhecimentos sempre ressaltando a importância do diálogo direto com as comunidades indígenas para que conheçam as políticas públicas. É o que destacou Gabriela Nascimento, Coordenadora Estadual da OMIRR.

“É muita história, tem muita coisa para vocês conhecerem. A gente fica emocionada porque falar de mulheres indígenas é assim, a gente tem que fortalecer essas mulheres, buscar essas mulheres para que elas conheçam essas políticas”.

Coordenadoras regionais participando das discussões, acompanhadas pela Tuxaua Kelliane – ASCOM/CIR (Ellie Makuxi)

Durante a reunião, surgiu a proposta de realizar um encontro futuro exclusivo para mulheres indígenas, fortalecendo cada vez mais o protagonismo e o empoderamento dessas mulheres e Marizete Macuxi, Coordenadora Regional da FUNAI, já se dispôs a contribuir.

“A gente precisa ver daqui para a frente, ver como vamos apoiar essas iniciativas em 2025. Eu já comecei a imaginar esse encontro, já vejo muitas mulheres ali reunidas com seus produtos, FUNAI está à disposição para apoiar a realização desse grande encontro.”

Coordenadora Regional da FUNAI Marizete – ASCOM/CIR (Ellie Makuxi)

Além disso, um dos temas recorrentes nas discussões, promovidas pela representante do departamento de mulheres, Tuxaua Kelliane, tem sido a violência contra a mulher nos territórios indígenas, como reforça a pajé Vanda Macuxi.

Pajé Vanda  – ASCOM/CIR (Ellie Makuxi)

“A gente tem falado muito sobre violência contra a mulher e isso ainda vem acontecendo, então vamos nos articular para lutar contra isso também. Isso é muito importante para nós também, tem acontecido muito em outros estados também, mas aqui tem crescido muito, então precisamos abranger as mulheres aqui também.”

Ao final, a coordenadora regional da FUNAI afirmou que as mulheres precisam de capacitações e que essas mulheres precisam ser ouvidas para que realmente os sonhos saiam do papel.