Regiões Baixo Cotingo e Raposa realizam Assembleias Regionais e discutem demandas locais

BAIXO COTINGO

A região Baixo Cotingo realiza a 52ª Assembleia Regional com o tema “ ser liderança é ter coragem de lutar em prol de seus povos e pelos seus direitos – fazendo a retomada dos nossos territórios para garantir a vida do nosso povo”, no Centro Regional Camará, reunindo conselheiros, tuxauas, juventude, catequistas, mulheres e crianças.

Dentre os assuntos importantes para a vida comunitária foram abordados, saúde indígena, educação, transporte escolar, segurança territorial, política partidária, seca na região e outros.

O coordenador regional Frankimar Ribeiro Paulino, explicou que esse ano trouxe para discussão a calamidade da seca que a região enfrenta, sentida de perto nas visitas feitas às comunidades.

Essa discussão a gente trouxe para mesa, para juntos encontrar uma solução para manter viva a nossa agricultura, pecuária, e também fortalecer nossas comunidades, por isso, convidamos todas as organizações pertencentes a nossa região, onde as comunidades apresentam as demandas das suas bases”, destacou o coordenador.

Região: Baixo Cotingo – (Ascom/CIR)

Também trataram sobre a atuação do Grupo de Proteção, Vigilância e Territorial Indígena (GPVTI) que, mesmo diante dos desafios e dificuldades, inclusive as ameaças, continuam atuando pela proteção e monitoramento do território. São cerca de 20 homens, que atuam na base Tuxaua Rari Lima Pinto, que usam ferramentas entregues pelo CIR, por meio de projetos para o monitoramento territorial.

 

O Grupo possui equipamentos como rádios, notebook, motor de luz, drone, máquinas fotográficas, materiais que são essenciais para subsidiar nas ações.

O coordenador geral do CIR, Edinho Batista, e representantes de cada departamento da organização, compartilharam informações sobre ações da instituição em prol das comunidades indígenas, como projetos de sustentabilidade, de águas, incidência política, campanha solidária, assessoria jurídica, entre outras.

Participaram da Assembleia, os responsáveis de setores Administrativo e Financeiro (DAF), Sulamita da Silva Gomes, Gestão territorial e Ambiental (DGTA), Giofan Mandulão e José Roberto, Projetos, Thomas Tancredi, secretaria, João Mota, Jurídico, Fernanda Wapichana, Apoio Emergencial, Vanessa Fernandes, e Comunicação, Helena Leocádio. Conforme Edinho Batista, a participação da comitiva do CIR, é para fortalecer as bases, para que as lideranças conheçam as pessoas que atuam nos setores.

O CIR tem trabalhado incansável, pelas comunidades indígenas, e hoje, aqui na região Baixo Cotingo, vocês estão conhecendo parte da equipe que tem contribuído para isso. Hoje são os nossos filhos, nossos netos que estão atuando em favor de nós”, disse Batista.

Delegação CIR – (Foto: Ascom/CIR)

Fernanda Félix, advogada indígena e assessora Jurídica do CIR, tratou das pautas sobre a situação jurídica das terras indígenas em Roraima e avaliação jurídica sobre a decisão do STF sobre o marco temporal, além do veto ao PL 2903/2023, e garimpo ilegal .

Infelizmente o cenário não é favorável, a maioria da bancada é ruralista, mas nós não desistimos. Nós estivemos em incidência em Brasília, junto com outras lideranças de organização indígenas ,fomos aos gabinetes , pedir para manter os vetos presidenciais, que deve ser votado no dia 29”, informou Felix.

A assembleia da região Baixo Cotingo, que iniciou no dia 26 e finaliza nesta quinta-feira, 30, contou com a participação de 42 comunidades, contribuindo com os debates, apresentando as demandas e atividades, um momento importante de tomadas de decisões que servirão para todos.

RAPOSA

Realizada no Centro Regional Lago Caracaranã, a Assembleia Regional das lideranças, trouxe em 2023 os temas: Território, Saúde, Educação e Mudanças Climáticas. São problemas que a região tem enfrentado nos últimos tempos.

A comitiva do Conselho Indigena de Roraima(CIR), também participou da programação, na mesa – “fortalecimento institucional para região”. Foram pautadas os projetos desenvolvidos pelo DGTA, o setor emergencial, e o Departamento Jurídico.

O coordenador da região Raposa, Valério Eurico, afirmou que a presença do CIR, trouxe fortalecimento às lideranças, que puderam esclarecer dúvidas sobre diversos questionamentos.

Estamos aqui com as lideranças, e foi muito importante a presença do CIR na assembleia. Agradeço a todos, que trouxeram informações para nós, vamos continuar na luta firmes e fortes”, ressaltou Eurico.

Região Raposa – (Foto: Ascom/CIR)

Assim como em outras regiões, os moradores têm enfrentado as consequências da forte seca, evidenciando a necessidade de ações emergenciais. Os relatos foram feitos pelas lideranças, que participam da assembleia.

Silmara Raposo, tuxaua da comunidade Urubuzinho, relatou a assembleia, a preocupação com a seca, a liderança frisou que o poço da comunidade está secando muito rápido, e ela teme pelo pior.

Nem para tomar banho temos água, em 2016 passamos pela mesma situação, não tá fácil, temos o poço mas, não é suficiente. O AISAM, não está conseguindo colocar água na caixa porque não tem mais água no poço, temos crianças e precisamos urgente de água na minha comunidade”, pediu a liderança.

A campanha de solidariedade do CIR, visando arrecadar fundos para apoiar as comunidades indígenas, e a distribuição de cestas de alimentos doadas doadas pelo Greenpeace e Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (IDESAM). A coordenadora do Apoio Emergencial, Vanessa Fernandes, explicou que a campanha “Sem Água Não Há Vida”, busca doações para ajudar as comunidades afetadas pela seca.

“ A falta de água nas regiões Raposa e Baixo cotingo tem nos preocupados, e lançamos a campanha “Sem água não há vida”, por meio, da campanha buscamos doações dos parceiros, para ajudar nossas comunidades, além disso, recebemos 200 cestas, onde cinquenta foram entregues ao coordenador Regional, que infelizmente teve que priorizar as famílias mais necessitadas”, informou Vanessa.

Giofan Mandulão – (Foto: Ascom/CIR)

O engenheiro agrônomo do DGTA, Giofan Mandulão, apresentou os projetos desenvolvidos nas comunidades indígenas. Citou o projeto piloto de “Captação de água por energia renovável”, feito em parceria com a Agência Católica para o Desenvolvimento(CAFOD), implantado na região Murupu nas comunidades Anzol e Truaru da Cabeceira.

A agenda da coordenação executiva do CIR e equipe, finalizou na região. Desde o dia 14, a organização está participando das assembleias regionais, passando pelas regiões Tabaio, Amajari, Surumu, Serra da Lua, como explicou o coordenador do CIR, Edinho Batista.

Nós buscamos estar nas assembleias regionais, para informar sobre nossas ações e também ouvir as demandas das crianças, jovens e lideranças, não só com ouvido, mas com coração. Porque nós prestamos um serviço para atender nossas bases, e estamos enfrentando tempos difíceis com a seca e mudanças climáticas. Hoje fechamos nossa agenda aqui, com a pauta fortalecimento institucional e isso é muito importante. Concluiu o coordenador.

Ao final das assembleias, um relatório será elaborado, detalhando todas as discussões, demandas e problemas apresentados, encaminhando-os para órgãos como a FUNAI/RR, Roraima Energia, Polícia Civil de Normandia, DSEI-LESTE.