Em audiência ontem (16), com o procurador Dr Alisson Marugal, do Ministério Público Federal (MPF), lideranças Yanomami exigiram uma resposta imediata das forças de segurança federais contra a escalada de ataques de garimpeiros.
As lideranças relatam ao MPF que as embarcações de garimpeiros têm passado em alta velocidade pela barreira do IBAMA, próximo à Comunidade Palimiu.
As forças de segurança que atuam na área não têm conseguido repelir as ações.
Há ainda um temor de uma nova onda de violência, como os assassinatos de lideranças Yanomami, ocorridos no início do mês. De acordo com as lideranças, os invasores tem apresentado documentos falsos para passar no local onde a barreira está instalada, com a desculpa de trazer de volta os que estavam no garimpo, mas não retornam.
Outro pedido foi que a escola local voltasse a funcionar normalmente. Atualmente as equipes de segurança estão ocupando a escola já que não possuem uma base própria. Lideranças relataram ao procurador que os garimpeiros não respeitam as forças policiais. Denunciaram também que os materiais apreendidos têm sido devolvidos para os garimpeiros.
“Os garimpeiros não estão respeitando, não respeitam. Vocês não conhecem mais o garimpo, quanto quem está denunciando” e “a polícia tem devolvido o material apreendido. Foi apreendido é para destruir”, relataram.
O Procurador afirmou estar ciente de parte das últimas informações, e planeja uma nova visita às áreas, além de cobrar da Funai a construção da base de vigilância na entrada da Terra Indígena. Segundo ele, as informações que o MPF recebeu é que o cabo de aço foi um improviso, e a instalação da base deve ser feita longe da comunidade para evitar eventuais ataques.
A comitiva de lideranças foi acompanhada pela assessoria jurídica do CIR que cobrou atuação mais enfática do MPF para cobrar do governo federal o aumento dos agentes federais e a instalação de base maior.
Cabo de Aço destruído no Território Yanomami no último dia 14/ Foto Lideranças Yanomami