Em reunião na sede do CIR, lideranças definem realização da Assembleia das Terras Indígenas em Ilhas para o mês de novembro

Em reunião na sede do Conselho Indígena de Roraima (CIR), coordenadores regionais do Amajari, Tabaio, Alto Cauamé, Murupu, Serra da Lua e Wai wai, definiram hoje (19), a realização da 1ª Assembleia Geral das Terras Indígenas demarcadas em Ilhas. Definida para o período de 26 a 30 de novembro, deste ano, a Assembleia é uma reivindicação antiga das lideranças que vivem em territórios altamente impactados com o avanço de invasões de grileiros, garimpeiros, posseiros e o agronegócio.

De acordo com as denúncias das comunidades indígenas, o agronegócio vem impactando fortemente, principalmente com o aumento do plantio de soja e o uso de agrotóxicos, um exemplo é o da comunidade indígena Morcego, região do Murupu, município de Boa Vista, que foi afetada durante a borrifação de veneno por aeronaves.

 

Também participaram da reunião, a coordenação da Juventude Indígena, representantes da Diocese de Roraima, CIMI e a coordenação executiva do CIR, os coordenadores, Edinho Batista, Enock Taurepang e Kelliane Cruz. No encontro, o coordenador Enock destacou que a assembleia específica para tratar sobre as terras indígenas em ilhas foi deliberada na Assembleia Geral.

“A realização da primeira assembleia das terras indígenas demarcação em ilhas foi uma deliberação da assembleia geral dos povos indígenas do ano de 2023, e agora a gente de fato começou a dar o próximo passo. Que era juntar todas as lideranças para que pudéssemos escolher o local e a data. No qual ela irá acontecer.

Aprovada para ser realizada no período de 23 a 30 de novembro deste ano, na comunidade Araçá, Terra Indígena Araçá, região do Amajari, terá a presença de lideranças de todas as terras indígenas em Roraima, tanto as regularizadas quanto as que estão pendentes. “Essa assembleia servirá para nos fortalecer. Tomar decisões conjuntas, e formar estratégias para superar algumas das nossas dificuldades”, reforçou Enock.

Um dos motivos da Assembleia é o fortalecimento das lutas, mas também das conquistas dos povos indígenas de Roraima, tendo como principal símbolo o feixe de vara. “Como movimento indígena, como feixe de vara que a gente sempre falou. A gente viu que ao longo dos anos tivemos muitas conquistas, porém essas conquistas precisam ser trabalhadas avançando positivamente”, frisou Taurepang.

No estado de Roraima existem 36 terras indígenas, 32 demarcadas e homologadas, 23 pedidos de reestudo e 4 para demarcação, como é o caso das TIs: Arapuá (Alto Cauamé), Lago da Praia e Anzol (Murupu), Pirititi (sul do estado).