Jovens indígenas reúnem diversidade cultural em festival de música na terra indígena Raposa Serra do Sol

Jovens indígenas da região da Raposa e demais regiões do Estado, estarão reunidos a partir de quarta-feira(21), no IV Festival de Música e Artes Indígenas, que será realizado no Centro Regional Lago Caracaranã, na terra indígena Raposa Serra do Sol, município de Normandia. O evento segue até sexta-feira, 25.

Registro de um festival passado – (FOTO: ASCOM/CIR)

Há quatro anos, o movimento da juventude da região Raposa utiliza o festival de música como um espaço de valorização e revitalização da música tradicional e regional, do conhecimento musical, tanto do canto quanto dos instrumentos, mas também utiliza como alternativa de aprendizado, trocas e fortalecimento da juventude frente aos diversos enfrentamentos e vulnerabilidades sociais existentes nas comunidades indígenas.

De acordo com a programação, durante os cinco dias (21 a 25), haverá plenária com temas motivacionais, oficinas de cantos, grafismo, artesanato, pintura visual e corporal, confecção de instrumentos musicais, e no último dia, 25, feira com os produtos confeccionados durante a oficina. Nos dias 23 e 24, terá oficina sobre “ Direito das Mulheres e Protagonismo de Mulheres Indígenas”, com a presença de mulheres da região, departamento jurídico e a Secretaria do Movimento de Mulheres Indígenas do Conselho Indígena de Roraima (CIR).

A abertura oficial do evento será à noite, no dia 21, com a apresentação dos participantes, dinâmica da oficina, e show com as bandas Kruviana da Universidade Federal de Roraima (UFRR) e da Cultura (SMECEL), com integrantes do próprio município de Normandia. Para o evento foram convidados lideranças da região, representantes de instituições públicas e artistas indígenas de Roraima.

Desde 2017, quando a coordenação regional dos jovens teve a ideia de realizar a atividade com o objetivo de fortalecer a cultura e aperfeiçoar o potencial da juventude, o festival vem ganhando visibilidade e com isso, agregando apoiadores, como a Survival que lançou o programa “Cultural Survival”. A coordenadora do projeto e bolsista do programa Cultural Survival, Carla Jarraira, do povo Macuxi atuou como coordenadora dos jovens no início do projeto, disse que estão felizes com a possibilidade de levar mais jovens nesta edição. Disse também que a ideia é expandir para todo o Estado.

“Estamos muitos felizes e com a expectativa de alcançar um quantitativo maior de jovens nessa 4ª edição, vamos contar com a participação de jovens de outras regiões do Estado de Roraima. Esperamos expandir esse projeto a nível Estadual”,

São aguardados mais de 200 jovens da região e de outras regiões do Estado. “ É um projeto que deu super certo, e durante os anos fomos fazendo parcerias e ganhando visibilidade com essa atividade”, contou Carla, sobre os resultados positivos da atividade.

Exposição de panelas de barro – (FOTO: ASCOM/CIR)

O projeto da Oficina foi pensado em 2017, e realizado em 2018 e 2019. Devido a pandemia, ficou paralizado por três anos, e retornou em 2023, com a terceira edição e esse ano, mais uma edicação com diversas novidades. Além da ONG Survival, o evento é apoiado pelo Conselho Indígena de Roraima (CIR), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e outros parceiros.

A região da Raposa é uma das quatro da terra indígena Raposa Serra do Sol e possui 49 comunidades indígenas, uma população de aproximadamente 6 mil indígenas e os povos Macuxi e Wapichana.