CONSELHO INDÍGENA DE RORAIMA PARTICIPA DE REUNIÃO COM A COMITIVA DO MDHC

O Coordenador Geral do Conselho Indígena de Roraima (CIR) Edinho Batista e o assessor jurídico Ivo Cípio Aureliano participaram nesta segunda-feira (30) de uma reunião com a comitiva do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) na sede do DSEI – Y para tratar sobre o enfrentamento à crise humanitária e realizar um diagnóstico da situação de violação dos direitos dos povos Yanomami.
Na ocasião as lideranças indígenas explanaram sua indignação principalmente com a morte de crianças e a crescente crise no território, solicitando medidas imediatas urgentes.

“Queremos as ações, chega de conversa, conversamos muito, já temos relatórios técnicos, agora precisa de trabalho.”, disse uma Liderança Yanomami.
“Os olhos de vocês não veem o que nós vemos, mas se vissem chorariam, vão as comunidades para ver,” completou outra liderança.
Quem aqui gostaria de beber água contaminada, que os Yanomami estão bebendo? Questionou coordenador Edinho. Diante da grave situação que há anos as lideranças denunciam, é urgente dar condições de sobrevivência. “Todos vivem da água e da floresta. Tenho certeza de que neste momento existem crianças, homens e mulheres morrendo. Todo recurso que chegar, que seja usado para levar alimentação. E o câncer na T.I Yanomami é o garimpo, é o garimpeiro, sem desviar discussões, os verdadeiros garimpeiros estão também na cidade, são latifundiários, governo e empresários”, finalizou.

O CIR solicita ainda, além da equipe do Ministério, a missão deve contar com o apoio dos conselhos tutelares, órgãos do sistema de justiça e governo estadual. Além disso, destacou que sejam adotadas medidas de proteção das lideranças, pois diante do contexto as ameaças contra lideranças aumentara.
Estiveram presentes na reunião, a secretária-executiva do MDHC, Rita Oliveira; o secretário nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Ariel de Castro Alves; a secretária nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Isadora Brandão; e o ouvidor nacional de Direitos Humanos, Bruno Renato, além das organizações indígenas, CIR, URIHI Associação Yanomami, HUTUKARA Associação Yanomami, e Instituto Socioambiental (ISA) UNICEF, CEDCAR, Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) entre outras entidades civis e públicas.