Núcleo da Juventude do CIR encerra primeira etapa de oficinas com os estudantes do CIFCRSS

O Núcleo da Juventude Indígena do Conselho Indígena de Roraima (CIR) encerrou na última sexta-feira (21), no Centro Indígena de Formação e Cultura Raposa Serra do Sol (CIFCRSS) região Surumu, TI Raposa Serra do Sol, as duas primeiras oficinas do “Ajuri do Fortalecimento de Saberes Tradicionais”. O objetivo é promover a aproximação dos departamentos do CIR através do ensinamento, vivência e aprendizado com os alunos da Escola Técnica do CIFCRSS, um símbolo de resistência indígena e da educação diferenciada.

Seguindo todos protocolos contra a Covid-19, esta primeira etapa foi composta por oficinas ministradas pelos departamentos do CIR de Gestão Territorial e Ambiental (DGTA) que tratou sobre Sustentabilidade, Departamento de Projeto que ministrou oficina sobre como construção de projetos, Departamento de Comunicação, que realizou atividades sobre fotografia e audiovisual e Sistema de Informação Geográfica (SIG) para planejamento e ordenamento territorial ou ambiental, como por exemplo, controle e monitoramento de desmatamento, incêndio florestal entre outros, manuseados com drone.

“A fotografia remete muito a lembrança, mas é muito bom poder ensinar um pouco do que sei, e assim aprender também, mostramos algumas fotos antigas do centro de formação, algumas técnicas, eles pegaram rápido o jeito, e gente fazendo parte da assessoria do CIR, é importante mostrar para eles esse trabalho, assim como a importância não só dá fotografia mas da comunicação em geral, explicou Caique Souza, do povo Wapichana, um dos integrantes da Ascom/CIR, que ministrou aula no encontro.

Alunos manuseando controle de drone foto: Erdineisson Silva de Souza, etnia: Macuxi.

A jovem liderança e também assessora do núcleo, Raquel Wapichana, disse que se sente honrada em fazer parte do fortalecimento. “Nesse ano, o Núcleo da Juventude Indígena do CIR, conseguiu realizar essa atividade no CIFCRSS e me sinto feliz e honrada por fazer parte dessa história, com jovens que também tem os mesmos sonhos que os nossos”.

Ela disse que o mais interessante deste trabalho é que esses os jovens não estão se formando somente para serem técnicos, mas também atuarem como lideranças. “A partir dessas oficinas a ideia é dar oportunidade aos estudantes do centro, levando conhecimento amplo sobre o que as bases estão fazendo em suas Comunidades e Regiões e, despertar neles também a força de coragem e luta de nossas Lideranças”, completou a assessora do Núcleo da Juventude Indígena, Raquel Viana.

Um dos alunos que participou foi Caio Oliveira, do povo patamona. Ele disse que a oficina veio para fortalecê-los e sente agradecido. “Me senti fortalecido e encorajado. Quero agradecer aos professores que vieram, Davison Bucle, Kelliane Wapichana, Jéssica Maria, Márcia Fernandes, Caíque Sousa, Emily Costa e Genisvan André. Quero dizer que os sonhos não são impossíveis. Me sinto honrado por ter adquirido esses conhecimentos aqui no Centro, são conhecimentos que com certeza não iria adquirir fora”, disse Caio.

A segunda etapa das oficinas será realizada no mês de junho sobre Direitos ambientais e saúde mental com o Departamento Jurídico e Psicologia, e política do Malocão, com a Coordenação executiva do CIR as lideranças tradicionais. As oficinas são realizadas em parceria com Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) e PACT.

Encerramento da oficina de fotografia e audiovisual