Núcleo da Juventude do CIR promove série de oficinas para jovens estudantes indígenas

O Núcleo da Juventude Indígena do Conselho Indígena de Roraima (CIR) iniciou nesta segunda-feira (10) uma série de oficinas com o tema: “Ajuri do Fortalecimento de Saberes Tradicionais”.  Realizadas em parceria com Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) e PACT, as atividades ocorrem no Centro Indígena de Formação e Cultura Raposa Serra do Sol (CIFCRSS), no Surumu, e tem como público-alvo os estudantes do centro.

O “Ajuri do fortalecimento de saberes tradicionais” é composto por quatro oficinas com os seguintes temas: Sustentabilidade e Projetos (Departamento de Gestão Territorial e Ambiental e Departamento de Projetos) Fotografia, Audiovisual e SIG (Departamento de comunicação e SIG), Direitos ambientais e saúde mental (Departamento Jurídico e Psicologia), e política do malocão (Coordenação executivo do CIR e lideranças).

Alunos do CIFCRSS. Foto: Erdineisson de Souza Macuxi.

As oficinas, que serão realizadas nos meses de maio e junho de 2021, são apenas algumas das que estão no planejamento do núcleo de juventude para este ano. O objetivo é promover a aproximação dos departamentos do CIR através do ensinamento, vivência e aprendizado com os alunos da “escola técnica” do CIFCRSS, um símbolo da resistência indígena e da educação diferenciada. “É preciso levantar e fortalecermos as nossas muralhas da resistência, e o Centro de Formação é uma delas”, destacou o vice-coordenador executivo do CIR, Enock Taurepang.

Ele afirma que nesta nova fase da escola indígena, é necessário criar um fortalecimento a partir do que temos, uma vez que, 98% das equipes que compõem os departamentos do CIR, são indígenas formados na área Ambiental, Comunicação, Jurídica, Gestão em projetos, Administrativa, Sistema de informação e geográfica (SIG), Psicologia e outras. “São excelentes profissionais que venceram na vida acadêmica e que agora, estão aptos a repassar parte destes conhecimentos aos alunos do CIFICRSS”, completou.

A estratégia é que se inicie um trabalho em conjunto para o fortalecimento de todos os atores que participarem das oficinas. O principal objetivo é o fortalecimento político das regiões e de suas atividades de produção e outros planos que existem. Assim, os agentes de transformação são os alunos do centro e jovens lideranças que fazem parte do núcleo de juventude, comprometidos com o Bem viver de suas comunidades e regiões.

Em aula no Ajurí. Foto: Erdineisson de Souza Macuxi

Na visão do coordenador estadual da juventude indígena do estado de Roraima, Alcebias Sapará que é ex aluno do centro, as oficinas “com certeza vão fazer efeito dentro das regiões dos alunos, por isso é um método e uma estratégia bem interessante, bem inovadora e serve para fortalecer tanto a questão da formação social, política da juventude ali dentro do centro, quanto de novos campos de visão sobre os territórios, sobre o gerenciamento do potencial de cada região, e seguindo cada um no seu foco”.

A gestora territorial Keliane Wapichana do Departamento de Gestão Territorial e Ambiental (DGTA) em uma das aulas. Foto: Erdineisson Silva Macuxi

A gestora territorial Keliane Wapichana do Departamento de Gestão Territorial e Ambiental (DGTA) destaca a importância de contribuir com o centro. “Estamos retornando para a base e contribuindo junto com os alunos do centro de formação. Vamos multiplicar, e somar conhecimentos, por isso estou grata pelas lutas das lideranças e por esta contribuindo principalmente com a escola técnica que também é da luta das lideranças”, destacou Kelliane. Tosos os participantes do Ajuri seguem o protocolo de saúde, com o uso de máscara, álcool em gel 70% e distanciamento.