Em um contexto político de constantes ataques aos direitos indígenas e a integridade dos territórios, as comunidades das etnorregiões Murupu, Serras, Baixo Cotingo, Serra da Lua e Raposa realizaram no mês de novembro suas respectivas assembleias ordinárias. As discussões giraram principalmente em torno da tese do marco temporal e arrendamento de terra. E para fortalecer a política do movimento indígena, foi debatidas questões como, sustentabilidade, proteção territorial, educação e segurança dos povos.
Durante os debates, lideranças, mulheres, homens e os jovens se posicionaram veementemente contra a tese do marco temporal que retira o direito à terra que os povos originários possuem desde antes mesmo da criação do estado brasileiro.
Diante das constantes ataques, reforçaram ainda que estão preparados para defender seus territórios quando for preciso. A tese do marco temporal, defendida pelos ruralistas, ainda não tem data para ser votada no Supremo Tribunal Federal.
As assembleias regionais são realizadas antes da Assembleia Estadual dos Povos Indígenas de Roraima e em caráter excepcional devido à pandemia da Covid-19, outras regiões decidiram por não realizar suas assembleias. As etnorregiões que realizaram seus encontros tomaram as precauções para evitar a contaminação pelo coronavírus como uso de máscaras e álcool em gel.
A coordenação Executiva do Conselho Indígena de Roraima (CIR) se fez presente nas assembleias no intuito de ouvir as principais preocupações das lideranças indígenas.