Conselho Indígena de Roraima (CIR) em parceria com Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recurso Naturais Renováveis (IBAMA), realizou de 24 de outubro a 07 novembro de 2024, em várias regiões de Roraima, as queimas prescritas, importantes ferramentas na preservação de incêndios nos territórios indígenas. Participaram da ação cerca de 30 pessoas entre brigadistas comunitários indígenas e Brigadistas de Queima Prescrita do Prevfogo.
A ação contou com apoio da USAID, Operação Amazônia Nativa (OPAN), Instituto Terra Brasilis (ITB), Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID), Fundo Casa e NiaTero.
Durante quinze dias dedicados à prevenção de incêndios florestais, a ação de queima prescrita e queima controlada, foi voltada para proteção dos lavrados, matas, igarapés, buritizais, e os animais desses locais.
Importantes ferramentas na preservação de incêndios nos territórios indígenas. Fotos: Caíque Souza| ASCOM: CIR.
Arthênio lima, do povo macuxi, e coordenador das brigadas comunitárias indígenas do CIR, enfatizou que a ação foi importante com resultados rápidos e positivos devido ao trabalho em equipe. “Esse período de início de verão, fazemos essa a atividade de queima prescrita, uma ação importante para prevenir os grandes incêndios, é uma ação bem tradicional que os ancestrais faziam, onde o fogo é feito na borda das matas, sem perigo de atingir mata adentro, como a vegetação ainda está úmida vai fazer uma barreira natural que vai ajudar a prevenir os incêndios”, disse o coordenador.
Cleuciane Brasil, é uma das mulheres que fazem parte da equipe de 36 brigadistas, da região de Alto são Marcos, equipada com gandola, luvas, óculos de proteção, e a bomba costal, nem de longe parece a Glauciane, mãe de cinco filhos, corajosa, esta é a quinta vez que atua na linha de frente no combate e prevenção aos incêndios florestais.
Uma ação importante para prevenir os grandes incêndios. Fotos: Caíque Souza| ASCOM: CIR.
A brigadista é da comunidade indígena Kauwé, região Alto Miangue, há cinco anos tem se dedicado à incansável missão de preservar o território. Emocionada ela destaca a força e a participação das mulheres brigadistas na atividade que antes era feito somente por homens. “Eu sempre gostei de ser brigadista e tenho orgulho de exercer o meu trabalho, eu como mulher tenho certeza de que sou capaz, assim como as outras mulheres, basta termos oportunidades, eu espero que tenha mais mulheres nessa área”, ressaltou a brigadista.
As datas previstas para fazer a queima é no período de 01 de setembro a 31 de dezembro. Os brigadistas realizaram nas áreas consideradas críticas, que foram bastante afetadas durante as queimadas do início do ano, nos municípios de Normandia (Base Raposa), Pacaraima (Base Boca da Mata), Uiramutã (Base Pedra Branca) e Amajari (Base Araçá), região Surumu, Região Serra da Lua (Base Pium).
Ronivaldo Wapichana, saiu da comunidade indígena Manoá-Pium, terra indígena, Manoá- Pium, região Serra da Lua, no município de Bonfim e participou da atividade na T.I Araçá, região Amajari. Ronivaldo, faz parte dos brigadistas comunitários indígenas, para ele os dias foram de muitos conhecimentos. “Participei durante quinze dias dessa operação junto com os Brigadistas de Queimas Prescritas do Prevfogo do Ibama, e foi bastante proveitoso, aprendi muito e vou levar comigo a experiência da queima prescrita, que é muito importante nesse período, antes do verão rigoroso para manter a nossas matas e as vidas de quem mora nelas,” afirmou o brigadista.
O trabalho foi desenvolvido em parceria entre o CIR, por meio do Departamento de Gestão Territorial, Ambiental e Mudanças Climáticas (DGTAMC) e o Programa de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (PREVFOGO) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
Durante quinze dias dedicados à prevenção de incêndios florestais. Caíque Souza| ASCOM: CIR.
Joaquim Parimé, analista ambiental do IBAMA, reforça que a parceria entre as instituições, é importante para gestão ambiental, territorial e dos recursos naturais dos territórios indígenas. Os serviços desenvolvidos são feitos por meio de consulta as comunidades que indica as áreas prioritárias para preservação e manejo. Com essa queima a gente reduz os combustíveis que facilitam os riscos para incêndios catastróficos, e a parceria com o CIR é fundamental para realizar o trabalho e temos bons resultados” ressaltou Parimé.
O analista explicou ainda, que fazendo um comparativo as terras indígenas que trabalharam a educação ambiental, o manejo integrado do fogo é menos intenso do que as terras indígenas em que realizam a ação.
A medida em que o verão se intensificar, outras ações serão desenvolvidas para prevenir grandes incêndios, além dos recursos humanos, a tecnologia é uma aliada importante nesses casos, um deles é a sala de situação inaugurada este ano CIR, CIR Inaugura a 1ª Sala de Situação Indígena para monitorar focos de queimadas e enchentes nas T.Is indígenas de Roraima/ onde é possível acompanhar em tempo real os focos de calor no Estado.
No mês de fevereiro Poços secos, fumaça, roças destruídas e saúde fragilizada, estiagem afeta drasticamente comunidades indígenas de Roraima desde ano as comunidades indígenas de Roraima sofreram com as intensas queimadas. E é com essa preocupação que o CIR, e as brigadas indígenas buscam prevenir.