“Juízes, ministros, levem essa nossa voz. Que vocês coloquem na mesa de conciliação, que retirem o marco temporal. Que seja revogado e enterrado”
Há 22 dias mobilizados na comunidade indígena Sabiá, na região do Alto São Marcos, na terra indígena São Marcos, o movimento indígena recebeu nesta manhã, uma comitiva de juízes e desembargadores, que visitaram o movimento para fortalecer a luta dos povos indígenas e reafirmar compromisso com os direitos garantidos na Constituição.
Durante a visita, as lideranças indígenas, especialmente as mulheres, manifestaram sua preocupação com o marco temporal e reivindicaram que levem a voz dos povos indígenas, aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A liderança e professora Tereza Macuxi, manifestou o sentimento de sofrimento pelas violências que passou e teme que novamente volte com o marco temporal.
Registro da manifestação na BR 174 Fotos: Sikipa Taurepang- Comunicadora da Rede Wakywaa
“ Quero aqui deixar o meu sentimento, a minha mágoa, porque nós mulheres, vivenciamos, presenciamos esse sofrimento. Fomos presos, mortos, derramamos sangue, nós, mulheres junto com os homens. Então já sabemos que sofrimento vai causar o marco temporal, sofrimento que vamos enfrentar quando for inserido na Constituição brasileira”, manifestou.
Aproveitaram para clamar que levem a voz dos povos indígenas aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). “Juízes, ministros, levem essa nossa voz. Que vocês coloquem na mesa de conciliação que retirem o marco temporal. Que seja revogado e enterrado”.
A mobilização segue por tempo indeterminado e ainda essa semana, o movimento aguarda a presença do parlamento brasileiro, especialmente da bancada de Roraima e dos senadores, que desde a primeira semana de mobilização, foram convidados e até o momento não atenderam ao pedido do movimento indígena de Roraima.
Moradores de nove comunidades participam da manifestação na região Serra da Lua Fotos: Ascom/CIR
Ontem (18), as comunidades indígenas da região Serra da Lua, retomaram a mobilização na terra indígena Tabalascada, na BR 432, no município de Cantá.
O ponto na comunidade indígena Jacarezinho, região da Raposa, na terra indígena Raposa Serra do Sol, retomou na sexta-feira(15), com duas regiões, Raposa e Baixo Cotingo.