Em Webinar, CIR destaca o trabalho com brigadas indígenas e a importância do conhecimento tradicional e a tecnologia

O Webinar Desafios e Soluções no Enfrentamento aos Incêndios Florestais na Amazônia, promovido pelo Fundo Casa, realizado no dia 28 de agosto, de forma on-line, contou com a importante participação de Sineia do Vale, do povo Wapichana, coordenadora do Departamento de Gestão Territorial, Ambiental e Mudanças Climáticas do Conselho indígenas de Roraima (CIR), e a atual Coordenadora Nacional do Comitê Indígena de Mudanças Climáticas (CIMC) e copresidente do Caucos Indígena

Sineia destacou os mais de 20 anos de trabalho que tem desenvolvido junto ao CIR e as lideranças indígenas. Frisando principalmente o uso do conhecimento tradicional para o enfrentamento as mudanças climáticas.

“O Conhecimento tecnológico e tradicional tem que andar lado a lado, o trabalho de prevenção tem como ponto principal a construção dos Planos de vida das comunidades indígenas,” frisou Sineia.

Prosseguiu explicando, que as Brigadas indígenas, de combate e prevenção realizam ainda o trabalho de manutenção das áreas.

“As lideranças fazem o manejo milenar do fogo (de forma controlada), e a maioria dos focos vieram de fora das comunidades, os brigadistas que são dessas regiões conhecem o fogo, pois vivem na área.”

Do Vale destacou ainda que o trabalho das brigadas indígenas se dá junto ao Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PREVFOGO), e a formação dos mesmos vem desde 2010. Atualmente são cerca de 65 brigadistas formados, 56 em atuação e 05 bases divididas em 4 regiões: Surumu na T.I Raposa Serra do Sol, região Tabaio, região Serra da Lua e região Wai Wai. Contando com equipamentos como drones e Equipamento de Proteção Individual (EPI) de boa qualidade. Do Vale ressaltou, “Não Vale a pena enviar nossas brigadistas para o combate sem o equipamento que o possa proteger”.

Outro ponto citado foi a sala de situação, dentro do departamento que Sineia Coordena, ao qual faz uso do Sistema Pantera, que conta com mapas, previsão climática em tempo real e medidores de qualidade do ar, que também esteve monitorando os focos de incêndio, auxiliando as brigadas indígenas a se posicionarem para o enfrentamento ao fogo.

Os brigadistas trabalham ainda com a manutenção das áreas devastadas, possuindo viveiros com plantas nativas que poderão florestar e reflorestar as comunidades afetadas pela seca e queimadas.