Lideranças da TI Raposa Serra do Sol reúnem novamente com MPF para discutir proteção do território

Cerca de 10 representantes do Grupo de Proteção, Vigilância Territorial Indígena (GPVTI) e a assessoria jurídica do Conselho Indígena de Roraima (CIR), estiveram em reunião no Ministério Público Federal (MPF) para falar sobre as ações e cobrar do Estado a presença efetiva na proteção do território. A reunião ocorreu nesta manhã( 17).

Entre as alegações apontaram o aumento de garimpo ilegal na terra indígena, tráfico de drogas e venda ilegal de bebida alcoólica. O tuxaua geral do CIR, Edinho Macuxi, informou que o GPVTI tem atuado por necessidade de proteção aos territórios. “As lideranças não queriam estar fazendo isso e não querem substituir o Estado, mas quando é para prender o garimpeiro as autoridades apresentam dificuldades, quando é para prender o indígena a polícia mostra muita disposição”, ressaltou.

De acordo com Amarildo Macuxi, Coordenador da Região Serras na TI Raposa Serra do Sol, o trabalho de monitoramento tem dado bons resultados, mas deixou claro que está sendo feito por pura vontade.

Cerca de 10 representantes do Grupo de Proteção, Vigilância Territorial Indígena (GPVTI) e a assessoria jurídica do Conselho Indígena de Roraima (CIR), estiveram em reunião no Ministério Público Federal. Fotos: AScom/ CIR. 

“Desde os anos 2000 estamos neste contexto [proteção territorial], temos apreendido material de garimpo, drogas, motos roubadas, apresentamos tudo as autoridades. Os garimpeiros, entram nos territórios e começam a destruir e o álcool tem causado muitos problemas nas famílias e nas comunidades, temos combatido muito isto. E os não indígenas casados com as parentes tem causado problemas desrespeitando nossas leis internas, sabemos que não temos e nem queremos ter poder de polícia, mas temos que proteger nossos territórios.”

As lideranças indígenas pontuaram ainda que na região da Raposa, na Serra do Atola, garimpeiros tem usado explosivos para quebrar pedras para extração de ouro. Outra preocupação foi o possível deslocamento do lixão de Pacaraima para terra indígena.

As lideranças indígenas pontuaram ainda que na região da Raposa, na Serra do Atola, garimpeiros tem usado explosivos para quebrar pedras para extração de ouro.

O assessor jurídico do CIR, Ivo Aureliano,  reafirmou que as lideranças procuram se organizar para defender as terras demarcadas e protegidas por lei, mas que muitas vezes as autoridades “jogam” de uma instituição a outra, citando ainda a procura de líderes indígenas de outros estados que buscam entender e aprender com a segurança indígena de Roraima GPVTI.