Após 11 anos, Comunidades indígenas da TI Serra da Moça revisam PGTA

Durante cinco dias, 2 a 6, lideranças das comunidades indígenas Morcego, Serra da Moça, Serra do Truaru e Anzol, da terra indígena Serra da Moça, localizada na região de Murupu, estarão reunidas para revisão do Plano de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA) ou Plano de Vida, da terra indígena Serra da Moça. Essa é a primeira revisão de PGTA que ocorre em Roraima.

 

                       Foto: Ascom /Cir                                                               Fátima André, assessora ambiental explicando a dinamica  da revisão.

 

Elaborado de forma coletiva pelas comunidades indígenas, com a assessoria do Conselho Indígena de Roraima (CIR) por meio do departamento de Gestão Territorial e Ambiental (DGTA), o plano de vida foi construído em 2013, com o intuito de documentar o modo de vida dos povos, os seus planos e ações voltadas à gestão territorial, ambiental e valorização da cultura.

O encontro tem como principal objetivo atualizar o Plano de Vida, revisitar as metas e estratégias, e redefini-las utilizando a sabedoria e o conhecimento das próprias comunidades. Além disso, planejar novas ações para enfrentar os desafios atuais e futuros.

O Plano de Vida abrange desde o fortalecimento das práticas agrícolas e pecuárias até a conservação do território e do meio ambiente.

 

    Lideranças debatendo sobre o plano de vida                                   Tuxaua Geral do Movimento das Mulheres Indígenas 

A tuxaua geral do Movimento de Mulheres Indígenas de Roraima, expressou a importância dessa revisão, após onze anos, destacando a necessidade de adaptar-se às mudanças e de reafirmar os compromissos assumidos com o território e sua gente.

“A nossa união de povo indígena é referência para os demais, e estamos aqui juntos construindo com o nosso olhar o plano de vida de 2024 desse território”, apontou Wapichana.

As lideranças ressaltaram a relevância da participação coletiva nesse processo de revisão, lembrando também dos desafios enfrentados, como a questão da retomada da comunidade Lago da Praia e Anzol, que aguarda a demarcação do território.

Para Alexsandro das Chagas, tuxaua da Serra da Moça, pensar no futuro é essencial. “Cabe a nós imaginar como será o nosso território daqui a 20 anos, para as nossas crianças que no futuro estarão aqui ocupando esses espaços”, refletiu.

O encontro também conta com a presença de acadêmicos do curso de Gestão Territorial Indígena e Saúde Coletiva Indígena do Instituto Insikiran da Universidade Federal de Roraima (UFRR), além dos professores Herundino Ribeiro e Daniel Bampi, que acompanharam a implementação do PGTA da terra indígena.

 

          Acadêmicos do Instituto Insikiran/UFRR                                          Participação dos moradores da comunidade Morcego