Uma comitiva do Conselho Indígena de Roraima (CIR), composta por representantes dos departamentos de Projeto, Jurídico, Administrativo, Emergencial, Comunicação, Núcleo da Juventude e a Secretaria Geral das Mulheres Indígenas, participou nesta terça-feira(26), da III Assembleia Geral Ordinária dos Tuxauas Wai-Wai. A Assembleia ocorre desde o dia 25, e termina amanhã, 27, na comunidade indígena Anauá, na terra indígena Wai Wai, localizada nos municípios de Caroebe e São João da Baliza, sul do Estado.
A organização foi convidada para debater sobre a tese do marco temporal, a união, política e defesa dos direitos dos povos indígenas, além de vigilância territorial e agricultura no território Wai-Wai.
III Assembleia Geral Ordinária dos Tuxauas Wai Wai: contou com a participação dos colaboradores. FOTOS: ASCOM/CIR
A consultora jurídica do CIR, a advogada indígena, Fernanda Wapichana, explicou sobre o andamento do julgamento da tese do marco temporal, anunciou a vitória dos povos indígenas, mas alertou sobre as condicionantes.
A tese do Marco Temporal foi derrubada no STF, mas ainda tem algumas condições a serem debatidas, que prejudicam os povos indígenas, condições são preocupantes. Avançamos nessa questão (da vitória contra o Marco Temporal), mas a luta continua e é contínua”, alertou Fernanda Wapichana.
A secretária geral do Movimento de Mulheres Indígena e membro da coordenação executiva do CIR, Kelliane Wapichana, reforçou a importância do CIR em ter mais de 80% dos departamentos formados por profissionais indígenas.
“Desde 2020 a gente decidiu se levantar e não morrer, em meio à pandemia. Nós estávamos lá ecoando nossas vozes e em nome da organização (CIR) temos que nos posicionar e lutar pelo nosso direito e hoje, lideranças, pelas nossas forças conquistamos territórios, educação e se não fosse isso quem sabe se um branco não estaria falando por nós?”, destacou.
Na oportunidade, as lideranças apresentaram suas demandas aos departamentos de Educação Escolar Indígena. O coordenador regional Alexandre Wai Wai apontou.
As lideranças têm muitas demandas. Primeiro eu quero dizer que todas as escolas da nossa região estão precárias, não tem estrutura física e isso é fato. Segundo, não tem cadeira ou materiais didáticos, não tem internet nas escolas, não têm materiais permanentes e nem merenda ou merendeira” informou Alexandre, solicitando planejamento e organização para atender o povo Wai-Wai e que, segundo ele, ” se sente abandonado pelo governo”.
Fizeram parte da comitiva, Tomás Tancredi (Projetos), Fernanda Wapichana ( Jurídico), Vanessa Wapichana ( Emergencial), Ellie Makuxi ( Comunicação), Vanessa Macuxi ( Administrativo) e pelo Núcleo da Juventude. (Messias Macuxi).
A Assembleia conta com aproximadamente 200 participantes.