Em 53 anos de existência, o Conselho Indígena de Roraima (CIR) possui uma parceria com a Embaixada da Noruega de mais de 20 anos. Um dos parceiros mais antigos da organização na linha de fortalecimento institucional, além das atividades voltadas às mulheres, juventude, sustentabilidade, e proteção territorial e ambiental.
Para fortalecer essa parceria, atualizar a atuação da organização, implementação de atividades e o planejamento das próximas ações conjuntas, a comitiva de lideranças indígenas, em seu quarto dia de agenda na capital federal, esteve nesta manhã (24), na sede da Embaixada da Noruega, com o oficial do Programa de Povos Indígenas, Kristian Bengtson.
O coordenador geral do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Edinho Batista macuxi, fez um panorama do avanço da organização, nas linhas de fortalecimento institucional, gestão ambiental e territorial, mulheres e juventude, direitos, comunicação e ações regionais, como implementação dos planos de vida das comunidades, vigilância e monitoramento territorial e outras atividades.
Destacou a iniciativa da criação do fundo indígena para fortalecer as comunidades indígenas e ser o canal de implementação dos Planos de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA). Também ressaltou o empoderamento das mulheres, juventude indígena, a participação da organização nos debates nacionais e internacionais sobre mudanças climáticas.
As lideranças indígenas Ernestina Macuxi e Lázaro Wapichana, como voz dos povos indígenas de Roraima, também reforçaram sobre as demandas das comunidades. O Tuxaua, jovem Lázaro, reforçou a luta da juventude indígena de atuar na linha de frente, tendo como uma das bandeiras de luta, a defesa dos territórios. Ernestina destacou a produção orgânica, como um dos potenciais das comunidades e a importância da valorização e preservação das sementes tradicionais.
O assessor jurídico, Ivo Makuxi, apresentou a conjuntura política da pauta indígena tanto em Roraima quanto no Brasil, e as iniciativas da organização na área de defesa dos direitos indígenas, proteção e monitoramento das terras e demais ações. Citou a iniciativa da criação do Centro Estadual de Proteção e Monitoramento Territorial, e o fortalecimento dos mecanismos de defesa como protocolo de consulta, regimentos internos e o Grupo de Proteção, Vigilância e Territorial Indígena (GPVTI).
Na ocasião, também relataram sobre a crise humanitária na terra indígena Yanomami, provocada, principalmente, pela invasão do garimpo e as ameaças externas, como a construção da hidroelétrica de Bem Querer, no rio Branco, principal influente do Estado.Edinho agradeceu a longa trajetória e parceria com a Embaixada da Noruega. Aproveitou para convidar o representante da Noruega no Brasil, para participar da Assembleia Geral dos Povos Indígenas de Roraima em 2024.
O oficial da Embaixada no Brasil, também agradeceu a parceria e considerou como ” sólida e de muito orgulho”.
Bengtson reafirmou a continuidade da parceria nos próximos anos, com ações que atendam as demandas das comunidades indígenas e da organização.
Também acompanhou a agenda, a oficial de Programa Clima e Meio Ambiente, Camila Cavallari.