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Campanha SOS Yanomami: Em parceria com Urihi, CIR chega à região de Surucucu TI Yanomami - CIR - Conselho Indígena de Roraima

Campanha SOS Yanomami: Em parceria com Urihi, CIR chega à região de Surucucu TI Yanomami

 Os insumos entregues emergenciais, fazem parte da Campanha SOS Yanomami.

Pela primeira vez, a equipe do Apoio Emergencial coordenado pelo Conselho Indígena de Roraima (CIR), esteve no território Yanomami, na região de Surucucu, para acompanhar a entrega de insumos adquiridos com a Campanha SOS Yanomami, que iniciou em dezembro de 2022, com o objetivo de contribuir na crise humanitária do povo Yanomami. 

A convite da Associação Yanomami (Urihi), a responsável pela ação emergencial no CIR, Vanessa Ribeiro, e a jornalista Márcia Fernandes, representaram a organização nessa ação inédita que ocorreu no mês de maio.  A logística foi em parceria com o Dsei Yanomami através do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Yekuana (CONDISI-Y). O voo até a base de Surucucu Terra Indígena Yanomami durou cerca de 1h15. Do alto, imagens de uma natureza ameaçada pelo garimpo ilegal, e com consequência drásticas à saúde, como o adoecimento de crianças, jovens, adultos e idosos Yanomami, vítimas das mazelas causadas pelos invasores.

    

A convite da Associação Yanomami (Urihi), a responsável pela ação emergencial no CIR, Vanessa Ribeiro, e a jornalista Márcia Fernandes, representaram a organização nessa ação inédita que ocorreu no mês de maio. Fotos: Márcia Fernandes: ASCOM/CIR

A chegada no território Yanomami com os insumos foi um acalento e as dificuldades de chegar e condições necessárias para o acesso, mostraram a complexidade desse atendimento.  Para chegar com os insumos da campanha, foi preciso dois voos para transportar os itens devido ao grande volume de carga. Os itens foram levados para o posto de saúde com ajuda de um quadriciclo utilizado para transportar as cargas que chegam na TI. 

Havia várias famílias aguardando a entrega dos itens. Alguns tinham caminhado dias pela mata para poder receber a doação. “Aqui tem famílias que caminharam por quatro dias a pé pela mata”, relatou Junior. Ao redor de uma casa, os Yanomami se reuniram animados e ansiosos para receber os insumos. Antes de realizar as entregas, o presidente da Urihi, Junior Hekurare explicou na língua materna Yanomami, que as redes, lençóis e mosquiteiros foram doação do CIR, comprados pela campanha SOS Yanomami.

Pela primeira vez, a equipe do Apoio Emergencial coordenado pelo Conselho Indígena de Roraima (CIR), esteve no território Yanomami, na região de Surucucu, para acompanhar a entrega de insumos adquiridos com a Campanha SOS Yanomami. fOTOS:  Márcia Fernandes. ASCOM/CIR

Ao todo, foram entregues para as famílias da região de Surucucu, 600 redes, 600 mosquiteiros, 100 pacotes de lã e 300 anzóis. Na oportunidade, Vanessa, coordenadora do Apoio Emergencial, desde 2020, reforçou a importância da presença do CIR na TI.

“Pela primeira vez estamos aqui na região de Surucucu. Não apenas para fazer as entregas, mas também para ver de perto e sentir e presenciar a realidade do povo Yanomami. O CIR está com a campanha desde dezembro de 2022, e já atendemos centenas de famílias das regiões de CIR entrega três toneladas de gêneros alimentícios as regiões Surucucu e Ajarani na TI Yanomami Ajaraní, Auaris, Palimíu, Budu com alimentos, medicamentos, kits de higiene, ferramentas, e outros materiais”, relembrou Vanessa.

A estrutura de atendimento à saúde – pólo base de Surucucu

A jornalista Márcia Fernandes, do povo Wapichana, acompanhou a viagem e durante três dias sentiu a realidade vivida pelos Yanomami e pelos profissionais de saúde que atuam na área. Ao entrevistar o enfermeiro responsável pelo Pólo Base de Surucucu, Rosiclebson Saboia, foi possível ver como estão os atendimentos no local. O enfermeiro relatou que, devido a questão de emergência na terra indígena Yanomami, o polo de Surucucu, virou uma base de alta e média complexidade. Funcionando como hospital, que dá suporte às unidades básicas de saúde, onde atuam equipes de saúde da Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), equipe da força nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), Expedicionários da Saúde (EDS), Fundação Osvaldo Cruz (FIOCRUZ), e Fundação de Apoio a Fiocruz (FIOTEC), e outras instituições.

Centro de referência e o redário no pólo base de Surucucu, terra indígena Yanomami. Fotos: Márcia Fernandes/ ASCOM/CIR

No relato, Rocibleson repassou a grave situação de doenças que atinge o povo Yanomami, como pneumonia, malária, diarréia, tuberculose e desnutrição. Segundo ele, a malária está no topo das doenças entre os Yanomami e o número de casos chega a 80%. A doença começou em grande escala em 2020, devido à entrada de garimpeiros ilegais no território.

Os casos são atendidos conforme a gravidade de cada um. O paciente chega a passar pela triagem, em seguida pela avaliação médica, dependendo do quadro clínico é internado e vai para o redário verde ou amarelo, (atenção de saúde acompanhada aos Yanomami em casos menos graves). Os casos mais graves, vão direto para sala vermelha, sala de estabilização do paciente, composta por equipamentos como respirador, desfibrilador, monitor cardíaco e múltiplos parâmetros. Os pacientes com quadro de desnutrição moderada ou grave são acompanhados por uma nutricionista.

A região é grande, e tem locais muito distantes do pólo base de Surucucu, o que dificulta o acesso aos serviços de saúde. Tem comunidades que para chegar leva cinco dias a pé pela mata. Junior Hekurare, diz que frequentemente há casos em que o mensageiro sai para avisar em Surucucu que o paciente precisa de remoção e quando chega no meio do caminho o paciente algumas vezes não resiste. “Isso, a gente vê muito, mãe com crianças doentes que não resiste, pessoas que vem em busca de ajuda, mas, o doente morre, porque é muito longe”. 

Território Yanomami, ameaçado por invasores. Fotos:  Márcia Fernandes. ASCOM/CIR

Rosiclebson explica, que ele recebe os doentes que chegam no local, e afirma que a estrutura montada hoje, vem junto com o respeito a cultura do povo yanomami e contribui para que eles aceitem o tratamento, pois, não precisam sair de perto da família e nem da comunidade assim se recuperam logo.

“Temos uma ala paralela, é uma ala para que os pacientes fiquem no aquecimento via fogo. Aqui atuamos com a medicina tradicional junto com a medicação ocidental, respeitamos a cultura, claro que temos a dificuldade com a questão linguística, mas, trabalhamos juntos com os Agente Indígena de Saúde (AIS) e eles nos ajudam. Sabemos que os pacientes estando próximos dos familiares a recuperação é mais rápida”.

Pólo base de alta e média complexidade da região de Surucucu. Fotos: Márcia Fernandes. ASCOM/CIR

Conforme o enfermeiro, para receber atendimento médico, o paciente percorre vários quilômetros a pé em meio a floresta, em algumas situações a logística é feita pelo Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami e Yekuana (DSEI- Y) e o Centro de Operações de Emergência (COE), por meio de aeronaves que removem os pacientes que necessitam de cuidados e levam as comunidades os que já estão recuperados.

“A gente chama de evacuação de imediato, no período noturno a evacuação é feita com auxílio do ministério da defesa, durante o dia é feito com as empresas que têm contrato com DSEI”. Muitas vezes, o pedido de socorro chega via radiofonia e pela internet, a equipe recebe as informações e em seguida saem para o resgate.  

 O responsável pelos resgates na região, é Deivid Rafael, técnico de enfermagem do DSEI-Y. Há seis anos ele atua junto ao povo Yanomami, e tem visto melhorias com relação à saúde desde janeiro de 2023. Mas segundo Deivid, as áreas restritas de pousos são um dos desafios do local e espera que a saúde do povo Yanomami seja restaurada. “Os resgates são trazidos aqui para o Polo Base de Surucuru, onde fica o centro de referência. Temos uma grande demanda de remoção, em média fazemos oito a 10 remoções por dia. A gente faz o uso do helicóptero, e é desafiador, pois aqui tem locais de difícil acesso o que dificulta o pouso da aeronave”.

 

O enfermermeiro Deivid Rafael, técnico de enfermagem do DSEI-Y,  durante a remoção de paciente. Fotos: Márcia Fernades.; ASCOM/CIR

A campanha SOS YANOMAMI

Para ajudar na crise humanitária do povo Yanomami, o CIR iniciou a campanha SOS Yanomami em dezembro de 2022, com objetivo de arrecadar recursos financeiros para comprar remédios e alimentos.

Com a ajuda de parceiros e dos doadores, foi possível adquirir alimentação, medicamentos, materiais de roça, pesca, kits de higiene pessoal, fralda descartáveis adulto e infantil, lençóis, redes, mosquiteiros, roupas, sandálias entre outros produtos.

Com a campanha, já foram entregues nas regiões de Surucucu, Ajarani, Xexena e Auwaris, cerca de cinco mil toneladas de gêneros alimentícios.

A campanha SOS YANOMAMI continua as doações podem ser feitas da seguinte maneira:

PIX:conselhodaf@gmail.com

Banco do Brasil

Agência: 2617-4

Conta corrente: 59027-4

CNPJ: 34.807.578/0001-76