De 24 a 26 de fevereiro ocorreu a oficina, promovida pelos jovens da região Raposa, que contou também com a confecção de panelas de barro, além de aulas de canto, instrumentos musicais, pintura corporal indígena e gincanas, no total participaram ao menos 100 jovens de comunidades próximas, em sua maioria do povo macuxi. A oficina teve o apoio do Conselho Indígena de Roraima – CIR, Núcleo da Juventude Indígena de Roraima, Coordenador Regional da Região Raposa: Valério Eurico, Artesão Mahsiyano Wai wai, Missionários da Consolata, Secretaria Municipal de Educação de Normandia, OMIRR e GPVTI.
O encontro também serviu para relembrar as duas primeiras oficinas, e ainda recordar a participação de jovens que não se encontram mais entre nós. Um fator importante que Carla Jarraira uma das organizadoras, deixou claro foi a do debate sobre depressão e suicídio:
“O que vamos fazer? Como vamos fazer? Sempre ouvimos as pessoas falando sobre apoio a juventude, mas só ficam nas palavras, sem uma prática, então nós colocamos em prática, algo que chamasse a atenção deles. Eu como jovem, quando foi pensado este trabalho não pensei só em mim, ou nos jovens da minha região, foi pensado para os jovens de Roraima, porque este trabalho é muito importante, pois envolve a participação sociocultural. A participação dos jovens tem aumentado e isso é importante. Estamos vendo que a iniciativa está dando certo, avançamos em muitas coisas. Proporcionamos momentos de lazer, momentos em que todos podem estar interagindo entre si. Além de tudo que estamos realizando, estamos descobrindo talentos, também servindo a eles como forma de renda, exemplo o artesanato e as panelas de barro, olhando o lado do empreendedorismo dentro da juventude.” Afirmou Carla.
Paulo Ricardo, Coordenador Regional da Juventude da região Raposa, falou um pouco sobre o objetivo da oficina.
“É um projeto que visa fortalecer nossa juventude culturalmente e espiritualmente, conhecendo um pouco mais sobre a nossa história, nós mesmos, nossos costumes, pinturas, artesanatos, cantos, danças e rezas regionais. Passamos um bom tempo sem realizar a oficina de música devido à pandemia da COVID-19, e agora estamos realizando com muita felicidade, garra e determinação, porque é um projeto de vida que procura também ser uma alternativa de fortalecimento da saúde mental. Nesta era de depressão, suicídio e ansiedade, estamos buscando essas alternativas, mostrando para a juventude, que somos um povo forte e guerreiro e temos historia e temos de dar continuidade daqui para frente.”
Disse Paulo Ricardo.
Entre as oficinas e as noites culturais, Josualdo Moraes, um jovem do povo macuxi, da Comunidade Guariba, T.I Raposa Serra do Sol, lançou um RAP, estilo escolhido por ele e mais um parceiro.
“Trago esse RAP como denuncia, contra o garimpo e contando um pouco sobre a luta que nossas lideranças travaram lá atrás.” Afirmou.
Confira um trecho do RAP: Vitórias e Lutas de Josualdo Macuxi.
