As cenas tristes que o mundo assiste hoje de nossos irmãos e irmãs Yanomami tem as mãos de sangue do Governo Bolsonaro. Isso se deve ao projeto do governo que foi levado a cabo com objetivo de incentivar e facilitar as invasões das terras indígenas. A FUNAI único órgão que assiste os povos indígenas, foi preparada para apoiar esse genocídio em curso e por isso os seus gestores devem ser investigados.
O Conselho Indígena de Roraima (CIR) alertou e denunciou por inúmeras vezes a invasão de mais 20 mil garimpeiros ilegais e total abandono na área de atendimento à saúde indígena. O caos instalado na saúde e o retrato do crime premeditado que o Governo Bolsonaro praticou contra os povos Yanomami.
Os rios, o maior de todos, RIO URARICOERA que é fonte de caça e pesca, tornou-se um verdadeiro cemitério de corpos Yanomami. A água está poluída, todos dias passam barcos, canoas. Centenas de litros combustível são despejados.
O ex-Presidente Bolsonaro visitou a Raposa Serra do Sol em 26 de outubro de 2021 para apoiar garimpeiros invasores daquela região, incentivando o crime e provocando a escalada da violência sofrida pelas comunidades indígenas. Em Roraima, o atual Governador, seu aliado de primeira hora, por duas vezes tentou legalizar o garimpo no Estado.
A dignidade da pessoa humana e o direito fundamental à vida e ao bem viver, tão bem claros na Constituição Federal, na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 e nos mais diversos instrumentos internacionais de proteção aos direitos Humanos, foram literalmente pisados. O horror tomou conta do dia a dia do povo Yanomami: MORTES, EXTERMINIO, TIROS, POLUIÇÃO. Os corpos se acabam junto com o espírito.
Já não sabemos mais quantas crianças foram mortas, quantas mulheres foram vítimas de violência. Porque todos os dias recebemos notícias que crianças morreram. Por isso REQUEREMOS investigação com profundidade: o Governo Bolsonaro praticou crime de genocídio contra os povos indígenas Yanomami.
Diante da gravidade, CIR realizou por conta própria campanha para atender os irmãos Yanomami diante da pandemia da COVID-19, em 2020, e retomou a campanha em 2022, junto à Urihi Associação Yanomami, para levantar fundos e levar alimentação e outros itens básicos em caráter emergencial aos povos Yanomami.
Dentre os inúmeros ofícios, relatórios e denúncias encaminhados ao longo dos últimos anos para órgãos públicos para enfrentar a grade situação vivida por nossos parentes, citamos o de 14 de dezembro de 2022, em que o CIR solicitou apoio logístico ao Ministério da Defesa para levar gêneros alimentícios adquiridos com a campanha e que foi, mais uma vez, e lamentavelmente, ignorado.
A assessoria jurídica da instituição tomará todas medidas jurídicas para responsabilizar os culpados pela morte do povo Yanomami. O Conselho Indígena de Roraima não medirá esforços para seguir apoiando e defendendo a vida e a dignidade dos povos indígenas.
23 de janeiro de 2023
CONSELHO INDÍGENA DE RORAIMA