CIR realiza Oficina temática de Pactuação e Finalização, do PGTA da T.I São Marcos

Como forma de organização e empoderamento territorial,  o Conselho Indígena de Roraima (CIR) por meio Departamento de Gestão Territorial e Ambiental (DGTA), promoveu mais uma oficina, desta vez de Formação para Gestão Territorial e Pactuação da T.I Sao Marcos. Realizado nos dias  15 a 16  de Agosto, em Boa Vista.

Participaram o Coordenador Geral do CIR, Edinho Batista Macuxi, a Secretaria do Movimento de Mulheres Indígenas Maria Betânia, e aproximadamente 50 lideranças dos povos Macuxi, Wapichana, Taurepang de comunidades  Alto, Médio e Baixo Sao Marcos, que compõem a T.I.

Assinatura da Pactuação Marcelo Macuxi (APITSM), Edinho Batista (CIR)

Continuando a construção do plano, a oficina foi composta pela quarta e quinta etapa do PGTA da T.I São  Marcos. Teve a participação de órgãos governamentais e não governamentais como EMBRAPA, SEAPA, FUNAI, DIOCESE, MAPA, INSIKIRAN e IFRR, os três últimos estiveram à disposição das lideranças para tirar dúvidas na tarde do dia 16 e compreender como ambos poderiam se auxiliar, de acordo com a especificidade das instituições, reforçando as características das mesmas que contemplam a educação, conservação, produção agrícola, manutenção e proteção territorial e cultural.

Nos trabalhos em grupo, as lideranças estruturaram o histórico das comunidades indígenas, o que deu certo e o que poderia melhorar. Além de discutir os problemas internos e externos, deixando claro que tradição junto a experiência fortalecem a todos.

Segundo Marcelo Macuxi, Coordenador da Associação Dos Povos Indígenas da Terra São Marcos (APITSM), a T.I tem 660.110 hectares, 49 Comunidades, oito povos: Macuxi, Wapichana, Taurepang, Sapará, Tucano, Baré, sendo os Pemom e Warao oriundos da fronteira Brasil/ Venezuela. E cerca de 7.598 indígenas, senso levantado pelo coordenador em 2021.

Grupos de Trabalho – GT, Lideranças T.I São Marcos

“O PGTA vem para fortalecer e principalmente, organizar e por no papel o plano da T.I São Marcos, logo, definir como vamos trabalhar nos próximos 20 anos, após o levantamento dos impactos de algumas ações que vem ocorrendo,  como invasão de garimpo, queimadas, destruição, e projetos que tem vindo para prejudicar nosso sistema de organização,  e a coletividade que à dentro das comunidades, até arrendamento de terra foi proposto. Com o plano vamos buscar unificar as lideranças novamente,  e definir um futuro onde possamos garantir, um Território bom e livre para a próximas gerações e comunidades que aqui existem.”

Disse o coordenador Marcelo, que também frisou que o PGTA será apresentado na Assembleia Geral da T.I São Marcos, e aos presentes reafirmou que a T.I, foi umas das únicas Terras Indígenas que pagou por sua desintrusão.

Equipe da Oficina Temática, Lideranças, parceiros e Colaboradores

Sineia do Vale Wapichana, Coordena o DGTA, e participa ativamente da construção dos PGTAs das comunidades indígenas, destacou:

“Hoje o CIR assessora as comunidades indígenas na construção do seu plano de vida, temos publicados de sete planos, e implementando ações nesses também, a gente esta na construção de mais 4 PGTAs, estamos finalizando este de São Marcos, já temos 10 construídos esperando a publicação oficial(…).

Não é um trabalho simples, passamos por este período de pandemia, no entanto as comunidade continuaram com este trabalho de forma interna, por conta disso o PGTA de São Marcos demorou 2 anos, pois tivemos de parar, e agora estamos finalizando, e é muito importante pra T.I que vai fazer todo esse dialogo, para dentro e fora, com este documento tão importante, de como eles querem fazer a gestão do seu território.”

A oficina foi realizada pelo CIR em conjunto a APITSM com o apoio da NCI, NIATERO e UNICEF.