Coordenador Geral do CIR, Edinho Macuxi Participa do evento de 30 Anos da T.I Yanomami  na UFRR

Na noite do dia 12 de agosto, o coordenador geral do Conselho Indígena de Roraima (CIR), esteve Centro Amazônico de Franteira (CAF), na Universidade Federal de Roraima (UFRR) para o Seminário: “O Futuro é Indígena: 30 Anos da T.I Yanomami,” junto a ele estiveram Davi Kopenawa e Dario Kopenawa, lideranças que lutam contra o garimpo ilegal e a invisibilidade da luta do povo Yanomami para proteger seu Território.

Edinho parabenizou a UFRR por trazer o debate para dentro da instituição, para que todos pudessem entender e ouvir os povos indígenas. Também destacou que relembrar todo seu contexto de luta é muito difícil, mas ainda pouco se comparado ao histórico da Jacir Souza, Lideranças da T.I Raposa Serra do Sol, Clóvis Ambrósio, Liderança da T.I Serra da Lua, bem como o Xamã Davi, frisando que muito sangue foi derramado para a proteção e garantia das Terras Indígenas.

“Nesses 522 anos a gente conhece como foi a história do Brasil, e esse comportamento do povo que se diz brasileiro, com a vida dos povos indígenas, gostaria de dizer que hoje nesta casa, quem um dia pensou que exterminaria os povos indígenas se enganou. Com isso, quero falar que estamos muito organizados, unidos e preparados para qualquer desafio que vier querer comprometer nossa vida.

Tenho dito sempre, vou morrer honrando essa bandeira, porque para nós falar de território é falar de qualidade de vida que temos de ter. Defendemos a terra, nós somos a terra, água, somos a floresta, que alimenta, e da vida ao nosso povo.”

O Xamã Davi, destacou a importância de pela primeira vez ter sido convidado pela UFRR, para falar sobre sua trajetória e seu território, falou do título de Doutor Honoris Causa, dado a ele pela Universidade, por sua batalha contra o garimpo e proteção de seu povo.

Não sou doutor da cidade, sou Doutor da Floresta, cuido da Alma e do Pulmão da Floresta.” Disse o Xamã, que continuou.

“Protegemos o território não só para indígenas, mas para vocês, fiquei me sentindo mais forte pois alguns não-indígenas estarem reconhecendo nossa luta. Vamos lutar Juntos parentes, porque (…) o rio Branco nasce nas montanhas, fiquem de olho, e espertos, muita gente lá em cima (garimpeiros), envenenando nossa água”

 

 A Terra Indígena Yanomami, completa 30 anos, mas não a muito o que comemorar, lideranças estimam cerca de 20 a 30 mil garimpeiros estão na T.I, ações de combate a prática têm sido realizados de forma esporádica pela Polícia Federal e IBAMA, e tem surtido um leve efeito, no entanto uma ação continua dessas forças garantirá que a terra indígena retome sua paz.

O evento foi organizado Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) da Universidade Federal de Roraima de 11 a 12 de Agosto.