Lideranças concluem a revisão do Protocolo de Consulta dos povos indígenas da T.I Raposa Serra Sol

Comissão de Lideranças da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, formado por representantes das regiões Surumu, Baixo Cotingo, Raposa e Serras, estiveram durante os dias 19 a 21 de julho, na sede do Conselho Indígena de Roraima (CIR) realizando a revisão do Protocolo de Consulta dos Povos Indígenas da TI Raposa Serra do Sol.

A elaboração do documento vem sendo construído desde 2017, através de oficinas e assembleias. E para ajustes finais, formou-se uma comissão para escolha de fotos, construção de mapas e história da Raposa Serra do Sol. Todo processo de construção e discussão vem sendo acompanhado pela assessoria jurídica do CIR.

Assessora jurídica do CIMI, Chantelle Teixeira, que contribui na elaboração, disse que o protocolo é mais um fortalecimento da autonomia territorial. “Os povos indígenas como forma de apresentar sua organização social ao Estado, sua forma de tomar decisões. Sem dúvida o protocolo de consulta da T.I Raposa serra do sol é mais um instrumento de fortalecimento da autonomia territorial”, afirma.

Lideranças da terra indígena Raposa Serra do Sol na revisão do Protocolo de Consulta Auditório Lindalva Macuxi 

“É trabalho nosso, conforme a decisão em várias outras reuniões sobre o protocolo, de ajudar a organizar o nosso protocolo de consulta que servirá para nós e as futuras gerações. É uma forma de nos organizar, de defender que existe na nossa terra, a preservação do meio ambiente, os igarapés entre outros, para que não sejam afetados pelos grandes empreendedores, isso é uma forma de nos resguardar e proteger a nossa terra”, disse a liderança Ronaldo André Macuxi, que faz parte da comissão.

O próximo passo será a aprovação do protocolo no mês de setembro durante a Assembleia Geral dos Povos Indígenas da TI Raposa Serra do Sol.

Raposa Serra do Sol:

A Terra Indígena Raposa Serra do Sol, localizada no Estado de Roraima, com uma extensão de 1.747.464 hectares, é terra originária dos povos indígenas Macuxi, Wapichana, Taurepang, Ingarikó, Patamona, Sapará. Tem uma população de 28.025 pessoas (SIASI/DSEI LESTE-RR/SESAI/MS, 30 DE JUNHO DE 2021), organizadas em 225 comunidades, e é subdividida nas etnorregiões Surumu, Serras, Baixo Cotingo e Raposa.

A área compreende todo o curso do Rio Maú ou Ireng à leste, delimitando a fronteira do Brasil com a Guiana; ao sul, limita-se no médio curso do Rio Tacutu, na confluência com os rios Surumu e Maú; ao oeste, faz fronteira com a Terra Indígena São Marcos, tendo por limites os Rios Surumu e Miang, ao norte, faz fronteira com a Venezuela.

O processo de demarcação da terra indígena teve início na década de 1970 e foi consolidado na Portaria nº 534, de 13 de abril de 2005, do Ministério da Justiça e homologado através do Decreto Presidencial nº 10.495, de 15 de abril de 2005. Após longas disputas judiciais, foi confirmada a demarcação pelo Supremo Tribunal Federal, em 19 de março de 2009.