Comunidades das T.Is São Marcos e Amajarí constroem viveiros de mudas de plantas

As comunidades do Campo Alegre, etnorregião Baixo São Marcos e Mangueira, Terra Indígena Araçá, região Amajarí estiveram trabalhando na construção de Viveiros para mudas de plantas nativas e exóticas. As atividades contaram com o acompanhamento técnico do Engenheiro Agrônomo, Renan Rodrigues Macuxi, do Departamento de Gestão Territorial e Ambiental (DGTA) do Conselho Indígena de Roraima (CIR).

Na comunidade Indígena Campo Alegre, os trabalhos foram realizados nos dias 5 e 6 de maio. A construção do viveiro foi realizada pelo “Grupo Kuinan Produções”, que na língua do povo macuxi, “Kuinan” significa “saúva”.

O viveiro foi construído com madeiras das árvores de eucalipto, espécie de planta exótica, que foram plantadas há oito anos. O tamanho do viveiro mede12m x 12m de área, altura de 2,5 m, coberto com tela sombrite e cercado numa área de 25m x 25m, com tela galvanizada. A madeira de eucalipto é resultado de florestamento na área de lavrado, e que está dando certo devido a sua rusticidade e fácil adaptação no lavrado.

Sistema Agroflorestal eucalipto, murici, cupuaçú e ervas medicinais. Foto: DGTA/CIR

O grupo Kuinan, tem iniciativa de cultivar diversidades de plantas junto ao eucalipto, tais como mandioca, macaxeira, milho, feijão, mamão, banana, maracujá, café, pimenta, murici, açaí, maxixe e ervas medicinais, formando assim um pequeno sistema agroflorestal. Portanto, com o apoio técnico do CIR e parceiro Rainforest Foundation.

A estrutura física facilitará a produção de mudas de plantas tanto como madeiras florestais nativas, quanto exótica, no caso do eucalipto. Além de aumentar as sementes tradicionais de culturas anuais, frutíferas, hortaliças, fibras e plantas medicinais, bem como fortalecer o trabalho dos brigadistas que atuam na prevenção e combate direto aos incêndios florestais e incentivar de fato a ação no Plano de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA), na linha de Sistema Agroflorestal que promove uma Agricultura Sustentável.

Construção de viveiro de mudas de plantas na comunida Mangueira. Foto: DGTA/CIR

Já na comunidade indígena os trabalhos foram desenvolvidos nos dias 11 a 13 de maio, pelo grupo de produtores indígenas da “Associação Açaí 4 Estações” que se reuniram para construir o viveiro. A área dimensionada do viveiro construído é de 12 m x 12 m, com altura de 2,3m.
A Associação conta com participação de mulheres, jovens, homens e crianças nos trabalhos coletivos para produção de mudas de plantas frutíferas nativas, tendo em vista que a principal cultura que estão implantando é o Açaí. O grupo já produziu 9 mil mudas e começaram a plantar no local definitivo em 3 hectares com mais de 1 mil mudas no lavrado.

Irão também cultivar outras espécies de fruteiras e legumes na mesma área. Mas a intenção, o fruto do açaí será o carro-chefe dos produtos agrícolas que estarão produzindo futuramente. Além do mais, produzirão também mudas de plantas madeiráveis nativas para reflorestamento e recuperar “Ilhas de Mata”, em razão de pouca madeira na região, ademais disso, terão de produzir mudas de plantas que extraem fibras, porque na comunidade além de trabalho em construção tem interesses em atividades artesanais rústicos, a exemplo da fabricação de móveis rústicos na referida comunidade.

O professor Elton Tenente, agradeceu o apoio do CIR e parceiros na construção de viveiros para a produção de mudas de plantas, porque vai facilitar a produção de mudas no verão e inverno devido a disponibilidade de irrigação adequada para as mudas de plantas. Com isso irá estimular e fortalecer com efetividade a produção de alimentos e geração de renda, e exemplo de vendas e trocas de mudas de açaí que iniciaram e vendas futuras de polpas de frutas.