Carta de Agradecimento as lideranças ao 3º ATL -RR Conselho Indígena de Roraima

Estamos a 50 anos na defesa dos povos indígena de Roraima, foram longos dias desde as reivindicações e manifestações da década de 1970 até os anos atuais, desde a primeira reunião interrompida por quem achava que podia nos tutelar.

A história vem de Clovis Ambrosio, a Dionito José, Jacir de Souza e Vovó Bernaldina, a luta e esta lida tem se prevalecido com a valorosa custa da bravura das lideranças tradicionais, tanto homens quanto mulheres, fica nossa grande gratidão ao reunir mais de 1000 lideranças indígenas em Boa Vista, Roraima foram longos oito dias em Boa vista de 05 a 14 de Abril, sentimos o calor e a indignação de reivindicar o óbvio, a luta pela  vida.

E tudo planejado pelas comunidades, seus atos pacíficos aos gritos de protestos, contra a injúria, fascismo, preconceito e invasão, contra a violação de seus corpos e de sua sagrada mãe terra.

Avaliamos como positiva a Mobilização do 3º Acampamento Terra Livre em Roraima, pois se reuniram Coordenadores de Região, Tuxauas, rezadeiras, benzedeiras, professores, agentes indigenas de saúde e saneamento, universitários, psicólogos, comunicadores, artesãos, músicos, advogados entre tantos mas principalmente nos reunimos como Povos, sejam Macuxi, Ingaricó, Patamona, Wapichana, Yanomami, Wai wai, Taurepang, Sapará, nos unimos contra esta politica que tentam nos dizimar, e isto sem esconder não temem, nem procuram acobertar seus atos, os deixam claros explícitos e abertos. Mas somos Indígenas, e como nossa melhor frase diz “povo unido, jamais será vencido,” marchamos contra o preconceito, avareza e raiva que nos rodeia quando fomos a FUNAI, Palácio do Governo, SESAI e Assembleia.

Marchamos pelas nossas e as vidas de tantos outros que nos julgam, salientamos que não aceitamos as PLs 191/2020 que libera o Garimpo nas T.Is, salientamos, fora presidente genocida, fora Garimpo e Marco Temporal.

Cultuaremos o jubilo de um dia uma politica povoada por indígenas, que as decisões, assim como dentro de nossas comunidades sejam tomadas por nós, não pelo homem ou mulher branca a quilômetros daqui, não pelos órgãos que deveriam mas são cegos quando o assunto é proteger os povos indígenas  e os nossos territórios.

O CIR não promoveu a mobilização, foram as lideranças de mais de 33 terras Indígenas homologadas em Roraima, e mais de 250 comunidades indígenas que realizaram a mobilização com autonomia.

É só mais um dos marcos na historia do Movimento Indígena de Roraima, e que apenas esta começando.

Conselho Indígena de Roraima, 23 de Abril de 2022