As lideranças da Comunidade Indígena Pium, região Tabaio, que fica no município de Alto alegre, relataram a violência e truculência por parte da Policia Militar de Roraima durante o cumprimento de um mandado judicial expedido pela juíza da comarca de Alto Alegre ocorrido na manhã de hoje, dia 01 de dezembro de 2021.
Os moradores relataram que a Polícia Militar, BOPE e Polícia Civil chegaram às 06:00 horas da manhã, acompanhado de pessoas estranhas e logo pediram que saíssem de suas casas. As famílias estavam fazendo café e cuidando dos serviços de casa antes de sair pra trabalhar. Ao tentar dialogar os Policias Militares revidaram jogando bombas contra as mulheres, crianças, jovens. Dois jovens ficaram feridos por balas de borracha, mesmo não havendo resistência por parte dos indígenas.
Foram queimadas 15 casas deixando famílias desalojadas, que hoje estão abrigadas em casas de outras famílias.
Também os agentes da Polícia levaram 03 motocicletas, e ameaçaram queimar uma casa de um morador que fica dentro da terra indígena.
A área que a comunidade ocupa é terra tradicional dos povos Wapichana e Macuxi há mais de 30 anos, mas que ficou de fora da demarcação por pressão de fazendeiros. Porém é de uso coletivo, onde plantam, criam animais e uma parte é considerado como área de preservação ambiental. E até hoje a comunidade aguarda a conclusão do estudo pela FUNAI. Segundo relata os mais velhos não tinha nenhum fazendeiro nessa área. Porém nos últimos anos, uma pessoa alegou que aquela porção terra é de sua propriedade.
A assessoria jurídica do CIR que acompanha o caso, informou que a ordem judicial foi proferida pela juíza de Alto Alegre, que num caso sobre a mesma área declinou a competência para a Justiça Federal.
(fotos: arquivos lideranças Comunidade Pium)
A assessoria jurídica do CIR que acompanha o caso e destacou
“ Neste processo despachamos com a juíza hoje de manhã e manifestando nos autos pela incompetência. Estamos trabalhando pra derrubar a liminar e remeter os autos à Justiça Federal, em conexão com o outro caso idêntico que está giant water slide tramitando porque entendemos que envolve direito coletivo da Comunidade Pium, por isso não cabe a Justiça Estadual analisar o caso.