A violência contra as mulheres tem sido um tema bastante discutido entre as lideranças tradicionais com o intuito de contribuir para o enfrentamento de todas as formas de abuso. Diante disto, no dia 23 de maio, foi realizado no Centro Tesu do Gavião, região baixo Cotingo, o 1º Seminário de Enfrentamento à Violência Contra Mulheres e Jovens Indígenas, com o tema: “Nós somos a Vida e a Resistência, não à Violência.”

Estiveram presentes cerca de 60 pessoas, entre lideranças, mulheres, homens e jovens das cinco comunidades que fazem parte do Centro Tesu do Gaviãoo. Participaram do seminário, representando o Conselho Indígena de Roraima (CIR), a Secretária do Movimento de Mulheres Indígenas Maria Betânia, Iterniza Pereira, psicóloga indígena, e Júnior Nicácio, assessor jurídico do CIR.

Nelia Lima Batista, do povo Macuxi, é coordenadora local das mulheres. Ela participou da oficina e destacou a importância de se tratar sobre o tema junto às comunidades.
“O objetivo do seminário foi alcançado, pelo jovens que estão presentes, queríamos levar esta consciência sobre o tema, com o apoio do CIR, pois precisamos entender a parte jurídica, e claro a psicológica também. A violência que vem ocorrendo dentro da comunidade muita vezes não tem o conhecimento de quais são os tipos, e todos estão levando este conhecimento por onde forem.”

Durante o seminário, a psicóloga Iterniza em palestra abordou os tipos de violência que existem destacando que além da física existem a psicológica que afeta tanto mulheres, quanto jovens, e esclareceu também duvidas sobre a violência moral e sexual.

Ela também realizou uma atividade com os presentes na qual pediu que escolhessem uma frase com a qual que se identificavam e destacou:
“O objetivo aqui é repassar informações para combater a violência contra as mulheres, falar sobre os mitos e assim dar a todos coragem para denunciar.”
“Estamos aqui com a equipe do CIR, para sanar duvidas. Esse momento é para essa finalidade, sempre buscando o diálogo com nossas lideranças tradicionais”, disse Maria Betânia Macuxi.
Em conversa com os presentes, Betânia destacou também a importância das coordenações locais de mulheres que viabilizam atividades como esta dentro das comunidades por entenderem que a suas regiões necessitam desta agenda informativa. A atividade foi realizada com todos os cuidados sendo usados as mascaras e álcool em gel 70%.
