50ª Assembleia Geral dos Povos Indígenas de Roraima elege a nova coordenação do CIR

A 50ª Assembleia Geral dos Povos Indígenas de Roraima foi marcada pela eleição e celebração da posse da coordenação executiva do Conselho Indígena de Roraima (CIR). A reunião ocorreu no dia 11 de março no centro regional Lago Caracaranã, região Raposa, Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Devido à pandemia, somente lideranças com voz e voto puderam participar e todos tiveram que fazer o teste rápido da Covid-19 antes de entrar no evento, usar máscara, álcool em gel 70% e manter o distanciamento.

Com o tema “50 anos de União, Lutas, Resistência e Conquistas”, as lideranças realizaram a celebração de posse em apenas um dia. A eleição para a coordenação do CIR teve início no dia 05 de janeiro de 2021, com a entrega das fichas de votação e prazo para devolutiva até o dia 08 de março. Participaram da eleição, representantes de 198 das 247 comunidades associadas ao CIR. Junto com a cerimônia de posse, houve também a pose dos novos conselheiros fiscais do CIR. Na ocasião as lideranças aprovaram mais oito comunidades indígenas, e agora são 255 comunidades indígenas.

A coordenação executiva e os novos conselheiros fiscais do CIR empossados.

Foi eleito como primeiro coordenador do CIR, Edinho Batista de Souza, da etnia Macuxi, com 3.606 votos, como vice-coordenador Enock Taurepang com 3.287 votos. Foi reeleita como Secretária Geral do Movimento das Mulheres Indígenas, Maria Betânia Mota de Jesus com 5.810 votos. O candidato Fábio Gomes da Silva teve 1.299 votos e Aldenicia Cadete de Lima teve 2.237.

Após tomar posse, o novo coordenador geral, Edinho Batista, que é da comunidade Maturuca, região Serras, Terra Indígena Raposa Serra do Sol, disse que pretende continuar os trabalhos do CIR. Ele tem 41 anos e teve dois mandatos como vice-coordenador entre os anos de 2017 a 2021.

“A nossa organização não vai ter um coordenador, e sim uma coordenação, reeleito com legitimidade para representar as comunidades. Em tese há questões burocráticas, mas o nosso serviço é conduzir,  priorizar a nossa população indígena e continuar com os trabalhos”, explicou Edinho.

É o que reforçou o atual vice-coordenador, Enock Taurepang, da etnia Taurepang, e nascido na comunidade Araçá, região Amajari. “O comprometimento com a nossa organização, com as comunidades indígenas continua, caminhamos bem até aqui, me sinto na obrigação de fazer duas vezes melhor para que a nossa organização continue crescendo e que dê um pontapé inicial de mais cinquenta anos de resistência, perseverança, entendimento e sabedoria, para que as comunidades tenham uma instituição autônoma e superar todos os desafios”, destacou Enock que foi coordenador geral do CIR por quatro anos, tendo assumido o cargo em 2017 com apenas 26 anos. Ele ficou no cargo de coordenador geral do CIR até o dia 11 de março de 2021.

Reeleita, a secretária geral do movimento indígena das mulheres, Maria Betânia, do povo Macuxi, comunidade Aningal, região Amajari, disse que este é um momento desafiador, frente a tantas ameaças aos direitos dos povos indígenas.

“Nesses quatro anos e agora na terceira reeleição para mais quatro anos na coordenação executiva do CIR, vamos traçar metas conjuntas com as coordenadoras regionais das mulheres junto com as nossas lideranças, fortalecendo cada vez mais os projetos, buscando cada vez mais parcerias para fortalecer as iniciativas das guerreiras que temos dentro das bases”. Os eleitos permanecem nos cargos da coordenação executiva do CIR até 2024, conforme o estatuto vigente da organização