Serra da Lua é mais uma das regiões que se destaca em sua produção agrícola orgânica

Dando continuidade às visitas e aos levantamentos da produção das regiões, o coordenador geral do Conselho Indígena de Roraima (CIR) Enock Taurepang esteve entre os dias 17 a 19 de novembro na região Serra da Lua, nas roças das comunidades Jacamizinho, Barro vermelho, Canauanim, T.I Tabalascada, bairro Campinarana e Laje.

O coordenador regional Clóvis Ambrósio foi quem conduziu a visita até as áreas de produção, e como nas visitas anteriores, tuxauas e produtores também estiveram presentes. Segundo ele, a região Serra da Lua possui uma população geral de 9.550 pessoas, 21 comunidades indígenas com tuxauas e 3 bairros, onde predominam as etnias wapichana e macuxi.

A produção, que é toda orgânica, se baseia principalmente no cultivo da mandioca, macaxeira, banana e pimenta entre outros plantios e derivados, que tradicionalmente são difundidas dentro da região em roças comunitárias. O artesanato local é outra atividade que as comunidades desenvolvem, além da criação animal de galinhas, peixes, porcos e gado.

Reinaldo Pedro dos Santos um dos produtores da comunidade Malacacheta possui plantios de banana, cana, mamão e mandioca, relata já ter colhido milho e arroz de sua roça. Ele disse considerar importante a visita do coordenador Enock para verificar os modos de produção nas bases.

“Essa visita é pra que tenham conhecimento do nosso trabalho, vivemos na terra, de agricultura, de plantar, com certeza outras regiões vão saber como estamos trabalhando. Temos mandioca, milho, arroz, e ainda mais que está dentro da roça.” Disse.

Na comunidade Jacamizinho, o tuxaua Carlos Alberto falou do projeto de aviário, com 50 galinhas iniciada pela comunidade. “É um projeto por nome Vovó Marta, uma antiga moradora, e foi criado dentro da comunidade, desde 2011 temos lutado para ampliar nosso projeto, e a visita do coordenador Enock e da liderança Clóvis é boa e válida, para eles terem conhecimento de como vivemos. Esperamos a visita mais vezes”.

Além do aviário, a comunidade possui uma casa para medicina tradicional, e o projeto de gado que conta com cerca de 40 cabeças, local para a criação de peixes que está sendo construído e roças que se dividem dentro da comunidade.

O Coordenador regional Clóvis Ambrósio de 74 anos, cita que já conseguiu sementes de milho em Santa Catarina, com parentes guaranis, e contou como se deu a iniciativa de doar sementes e principalmente a mandioca para cultivo em outras regiões. Ele também falou um pouco de como o milho é usado na alimentação típica. “O milho branco é bom para aluá, mingau, cuscuz e nós compartilhamos as sementes na assembleia regional, a semente de cada comunidade, e a diversidade de plantas.”

A Região Serra da Lua foi muito citada nas outras regiões visitadas anteriormente como uma das que doava sementes e mudas. Essa troca sempre é mencionada pelas lideranças tradicionais. Seu Clóvis deu um breve histórico de como ocorre essa iniciativa.

“Nós nos mantemos da roça, farinha, beiju, caxiri, e a gente daqui conseguiu beneficiar outras regiões, que passaram dificuldades na seca, sempre que possível doando. E aqui damos continuidade ao trabalho comunitário.”

Tuxaua da comunidade laje Alderizo Pereira ficou feliz e disse que se sentiu valorizado em ver a visita do Enock.

“É muito importante esse trabalho e estamos vendo vocês dentro das roças vendo a produções e isso é muito bom, porque valoriza o que a gente faz aqui”. disse.

O pólo Malacacheta foi o primeiro a ser visitado, em seguida os pólos Manoa/Pium e polo Moscow receberam respectivamente a presenças do coordenador geral do CIR Enock Taurepang, para mapear as roças é avaliar as melhores formas de apoio a região.

Galeria de fotos região Serra da Lua: