Comunidade Malacacheta: costureiras produzem e doam máscaras para enfrentar a covid-19

Costureiras da Malacacheta se uniram para produzir máscaras faciais

Costureiras indígenas wapichana se uniram para enfrentar o novo coronavírus na comunidade Malacacheta, em Roraima. Com materiais doados, elas deram início à produção de máscaras faciais caseiras para distribuir entre os moradores.

Segundo a gestora em saúde coletiva indígena Kiusylene Souza da Silva, a ideia de produzir as máscaras surgiu há cerca de um mês, frente ao avanço da pandemia no estado e à falta de ações para proteger a comunidade, que fica a 34 km da capital.

“Pensamos em produzir as máscaras a partir do momento em que vimos que a nossa comunidade não tinha nenhuma iniciativa de contenção contra essa doença, nem mesmo as barreiras sanitárias. Conversei com uma técnica em enfermagem e começamos a buscar apoio, materiais doados, costureiras e aí fomos nos organizando”, disse.

Ao todo, a ação envolveu 60 voluntários que confeccionaram 900 máscaras de tecido reutilizáveis. Dessas, 800 foram distribuídas entre os moradores e 100 vendidas a um preço simbólico para ajudar os voluntários com gastos de alimentação.

“Muitos já se conscientizaram, a comunidade organizou barreiras de contenção sanitária e todos estão levando a sério essa doença”, afirmou a gestora em saúde coletiva.

Segundo ela, apesar do esforço comunitário, a Malacacheta já registrou dois casos de covid-19 e algumas famílias estão sendo monitoradas. A comunidade fica na Terra Indígena Serra da Lua e tem 1,4 mil moradores.

“Nós resolvemos continuar a costurar só que cada uma de sua própria casa”, disse Kiusylene. “Nosso objetivo é não deixar faltar máscaras para quem precisa