COMUNIDADES INDÍGENAS DE RORAIMA FECHAM O ACESSO AOS SEUS TERRITÓRIOS COMO MEDIDA DE PREVENÇÃO AO COVID-19

Entrada da comunidade truarú da cabeceira, região Murupu Foto; Mário Belarmino

Com 2.433 casos e 57 mortes registradas no Brasil segundo a última declaração do Ministério da saúde e 8 casos confirmados em Roraima devido a pandemia do coronavírus, COVID-19,  lideranças indígenas preocupados com a proliferação da doença e mediante as recomendações do Ministério da Saúde (MS) e a Secretaria de Estado da Saúde de Roraima (SESAU), diversas comunidades fecharam e estão controlando a entrada de pessoas nos seus territórios.

Entrada da Terra indígena Manoá-Pium Foto: Arquivo da comunidade

Para manter o monitoramento das comunidades, os povos indígenas contam com o apoio do Grupo de Proteção e Vigilância dos Territórios Indígenas (GPVITI), é o caso de seis comunidades da Terra Indígena Manoá Pium, região Serra da Lua, município de Bonfim: Cachoeira do Sapo, Pium, São João, Cumarú, Manoá, e Novo Paraíso da Terra indígena Manoá Pium, além das comunidades Moskow e Jabuti. A comunidade Truaru da Cabeceira e terra indígena Serra da moça- região Murupu, município de Boa Vista e também Comunidades Barata, Pium e Raimundão 1 – Município de Alto Alegre .

Entrada da comunidade Indígena Barata foto: Assessoria da região Tabaio

O tuxaua Ronaldo Francisco Wapichana faz parte do grupo de vigilância da comunidade Jabuti, região Serra da Lua, junto com a sua comunidade tomaram as  medidas necessárias para prevenir de imediato restringindo a entrada de pessoas.

 “A gente vem tendo o trabalho de fiscalizar a nossa comunidade temos que nos  preocupar com o coronavírus, que veio assustando a gente e assim controlamos a entrada de pessoas que vem de Boa Vista e também do município de Bonfim’, afirmou.

Entrada da comunidade Jabuti

Devido a mesma situação no combate do coronavírus, a comunidade Moskow também fechou a entrada da comunidade. “ Esse vírus está cada vez piorando no nosso estado e município de Bonfim região serra da lua, estaremos fechando as entradas da nossa comunidade Moskow, será permitido a saída apenas de emergências, contamos com apoio de todos”, destacou o tuxaua Carlos Wapichana.

Atuação do Grupo de Proteção e vigilância

O tuxaua do truarú da cabeceira, região Murupú, Laudenir Laurentino da etnia Macuxi, destacou que a decisão de fechar todas as entradas da comunidade  é importante pois são medidas urgentes que são necessárias para prevenir os moradores de contrair o vírus que está se alastrando no Estado.

Em Roraima segundo os dados parciais da Secretaria Especial da Saúde Indígena (SESAI) são mais de 342 comunidades com uma população de 70.596 mil indígenas dos povos Macuxi, Wapichana, Ingarikó, Patamona, Taurepang, Wai Wai, Yekuana, Yanomami, Sapará, Pirititi e Wamiri Atroari, dentre estes não há casos de coronavírus confirmados nas comunidades indígenas.  Por isso, as lideranças esperam que todos respeitem essas medidas.